quinta-feira, 5 de julho de 2012

Um pouco de romantismo barato!

Hoje fui à Secretaria de Cultura entregar o relatório final de prestação de contas do projeto "Homens à Margem", da Cia. Triptal.
Descobri, lá, que hoje tinha votação para a formação da comissão dessa edição do Fomento. Eu não estava nem sabendo do Fomento, esqueci... a Bel, para quem estava entregando o relatório, surpreendeu-se, pois como "sendo" de um grupo era de se esperar que estivesse eu também me empenhando em mandar um projeto.
Cada vez mais desacredito em "grupos" de teatro (ou de qualquer coisa). As necessidades contínuas do grupo destróem o trabalho (devem haver exceções). E o fomento contínuo transforma o grupo em uma instituição que gera empregos e atrai desempregados!
Definitivamente, ninguém vai me convencer de que a arte pode estar atrelada ao mercado. Tenho cada vez mais convicção de que o fato da sobrevivência do artista depender do seu fazer artístico é o que destrói a arte e a transforma cada vez mais em um bem de consumo e, pior, um bem de consumo que gera pouquíssimo interesse de mercado!
Artistas deviam sempre sobrevevir de outra coisa e criarem quando quisessem, se quisessem! Com certeza o teatro não seria essa coisa chata que é hoje, que atrai para a plateia só os próprios artistas e se distancia cada vez mais das pessoas "normais"!
Alguém um dia me falou que Fomento acabou com o teatro em São Paulo. Talvez seja um exagero, pois o Fomento é apenas um sintoma da situação macabra em que vivemos, não é a causa do mal. Por outro lado, é muito triste saber que as pessoas buscam entrar num trabalho artístico porque vão receber por isso, e não porque querem participar daquela experiência (daquela, especificamente).

Nenhum comentário:

Postar um comentário