Blogue do Produtor Teatral
relatos de experiências, contatos, fornecedores, prestadores de serviços e dicas para produtores teatrais
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
vote em Luísa para a prestação de contas!
Eu tenho uma relação de amor e ódio com a produção teatral.
Mentira, meus sentimentos em relação a ela não são assim tão intensos. É uma relação de achar legal (e se dedicar insanamente) e achar um saco (e ter vontade de me jogar de um penhasco)... é, comigo a intensidade é sempre presente, não tem jeito...
Nesse momento, estou de saco beeem cheio. Estou pobre e precisando trabalhar, então se você estiver precisando de um produtor, estamos aí! Mas vontade mesmo, de atuar nessa área, eu não tenho.
Eu gosto de produção. Mas gosto num sentido muito amplo, o específico me exaure! Eu gosto de idealizar um projeto, imaginá-lo, escrevê-lo e vê-lo sendo viabilizado e concretizado. Isso me deixa bem feliz! Já, fazer as coisas do dia-a-dia (produção executiva) e depois prestar as contas (aaaahhhhh!), me cansa!
Sobre prestar contas é que eu quero falar aqui.
Não tenho problema com tabelas. Matemática era uma das matérias que eu mais gostava na escola, na minha época de CDF. Adorava fazer equações de segundo grau complexas, e ver aquela enoooorme expressão numérica se transformar num X = a tanto. E conferir o resultado no final do livro. E estar certo! Tabelas me dão o mesmo prazer. Elas organizam os números. E quando eles batem, é um prazer orgástico!
A questão é que tudo isso é inútil e nós sabemos. Eu já recebi críticas de um amigo produtor muito sério e reconhecido, por falar abertamente, nesse blogue, sobre as maracutaias que existem nesse mundo das produções. Já pensei que talvez não devesse fazê-lo, e talvez, se esse blogue fosse mais lido, eu não o faria. Mas sempre que releio os textos e quando, vez ou outra, algum desconhecido entra em contato para falar sobre o blogue, penso que não devo me render...
Em épocas de eleição, me choco todos os dias quando me deparo com o cinismo dos nossos candidatos e de tudo que está ao redor deles. Todos sabemos que corrupção existe em todos os partidos e em todas as instituições e que, quase sempre, não há a menor possibilidade de fazermos qualquer coisa acontecer se formos seguir todas as regras à risca. E sabemos também, por mais contraditório que isso possa parecer, que nem tudo que é ilegal é antiético. Mas continuamos chocados com o mensalão e tantos outros casos de corrupção quando eles vêm à mídia. E ninguém está de fato disposto a falar diretamente sobre isso. E também não estamos dispostos ao trabalho que existe para tentar desburocratizar as coisas. É beeem mais fácil manter a burocracia e agir por baixo dos panos do que tentar encontrar um caminho democrático de fazer as coisas de modo transparente.
Mas eu sou uma pessoa meio neurótica no que se refere à coerência. E sofro muito em fazer coisas que, ao meu ver, contrariem o meu ideal e o meu discurso no sentido da luta por uma sociedade mais justa. Por isso eu não consigo sequer comprar DVD pirata! Que dirá "trapacear" em uma prestação de contas do uso de dinheiro público.
Então, eu faço o caminho mais árduo! E são muitas e muitas tabelas. Muitas e muitas justificativas de alterações de orçamento. E muitos remanejamentos orçamentários.
É claro que nada disso garante que não haja desvio de verba. (É pra isso que servem as prestações de contas, não é mesmo? Pra tentar garantir que o dinheiro foi de fato usado para o que o proponente do projeto disse que seria. Não importa que o orçamento tenha sido aprovado e que, portanto, o parecerista tenha legitimado o uso do dinheiro da forma como o projeto se propôs a usá-lo. E que se tudo o que estava previsto foi feito da forma como estava previsto, obviamente o dinheiro foi usado para o que deveria ser usado. Vivemos num país onde todos são corruptos, até que se prove o contrário, então, haja burocracia para tentar evitar o desvio!)
Por conta dessas reflexões, por mais que eu adore as tabelas, eu sempre sofro em fazê-las, pensando que tudo é para provar que o dinheiro foi usado honestamente. Essa sensação de que estou fazendo para provar que não sou uma criminosa, é sempre depressiva para mim. Principalmente por saber que os criminosos têm recursos suficientes para ludibriar toda e qualquer estrutura de prestação de contas e que somente os inocentes ( se isso existe) perdem tanto tempo em tentar fazer as tabelas baterem para provar o que já está provado pela própria execução exemplar do projeto...
E pior do que esse período, de elaboração da prestação de contas, é a entrega. O momento em que você, com as suas tabelas organizadas, suas pastas, arquivos, papéis e mais papéis, está diante do funcionário responsável por receber aquela documentação toda. Funcionário este que, fingindo objetividade, questiona coisas sobre as quais você nunca foi questionado antes, em outras entregas de prestações de contas, e deixa passar outras que você temia ter que justificar ainda mais, também por uma experiência anterior. Além de se dar conta de falhas, que estavam passando despercebidas, somente no momento em que se depara com tal falha explícita diante dele, por conta do esmero da organização da documentação, que não deixa dúvidas e nem espaço para que algo seja ignorado...
O exercício do pequeno poder desses funcionários é, sem dúvida, o que mais me exaure, me deprime e me derrota no momento da entrega da prestação de contas.
E passar um dia todo, das 7h00 da manhã às 16h00, sem parar um segundo sequer, percorrendo a cidade de São Paulo, de ponta a ponta, para recolher documentos que comprovem coisas que já foram comprovadas, somente para satisfazer o capricho subjetivo de um desses funcionários, me causa uma verdadeira ojeriza.
Mas eu gosto de tabelas, e posso fazer a sua prestação de contas com louvor, caso você precise!
sábado, 20 de julho de 2013
Pouco importa se me escutam, eu quero é falar!
O meu novo trabalho é genial!
Ensaio todos os dias e não ganho nada por isso. Sou um artista independente. O meu trabalho não tem patrocínio da iniciativa privada e muito menos do poder público.
E nem do público sem poder...
Mas meus amigos assistem às minhas peças. Não todos... tenho 4.542 amigos no facebook e no meu último espetáculo estavam 68 espectadores durante a temporada. É uma boa porcentagem, já que de fato o acesso à cultura é muito restrito nesse país.
Afinal, não temos política pública para a cultura e contar com a iniciativa privada é esperar que somente projetos comerciais serão patrocinados. Os alternativos, que são transformadores, potentes, ficam na obscuridade, lutando pra conseguir uma sala de ensaio, um apoio de tecido pros figurinos, de restaurante para os atores poderem jantar fora depois da apresentação para os 5 amigos intelectuais.
Sim! Temos que nos unir para conseguir mais verba para a cultura (e também para discutirmos nossas ideias, promover o debate, dar espaço para que todos possam colocar sua opinião). Garantir que mais grupos produzam mais teatro para menos pessoas. Não nos importamos em dividir nossos 5 amigos inteligentes, 1 espectador para cada espetáculo. Não importa! O importante é termos verba para garantir a produção das nossas obras geniais. Temos coisas muito transformadoras para dizer.
O meu novo trabalho é fundamental para a humanidade. E é indignante não ter verba para produzí-lo, já que não é interessante para os poderosos que a massa ignorante me escute. Por isso vou me apresentar para os meus amigos (e também vou assistir o espetáculo deles, mesmo que não sejam geniais como o meu).
Eu vou continuar, pois sei da minha missão. Não vou desistir, apesar das dificuldades, pois como todo artista alternativo, tenho garra! E não vou me render, não vou deixar o meu trabalho ser corrompido, não vou torná-lo acessível à grande massa ignorante que assiste novela e ouve funk! Bando de gente burra! Um dia o nosso país vai mudar, e aí eles poderão entender a minha arte!!!!!
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Um pouco de romantismo barato!
Hoje fui à Secretaria de Cultura entregar o relatório final de prestação de contas do projeto "Homens à Margem", da Cia. Triptal.
Descobri, lá, que hoje tinha votação para a formação da comissão dessa edição do Fomento. Eu não estava nem sabendo do Fomento, esqueci... a Bel, para quem estava entregando o relatório, surpreendeu-se, pois como "sendo" de um grupo era de se esperar que estivesse eu também me empenhando em mandar um projeto.
Cada vez mais desacredito em "grupos" de teatro (ou de qualquer coisa). As necessidades contínuas do grupo destróem o trabalho (devem haver exceções). E o fomento contínuo transforma o grupo em uma instituição que gera empregos e atrai desempregados!
Definitivamente, ninguém vai me convencer de que a arte pode estar atrelada ao mercado. Tenho cada vez mais convicção de que o fato da sobrevivência do artista depender do seu fazer artístico é o que destrói a arte e a transforma cada vez mais em um bem de consumo e, pior, um bem de consumo que gera pouquíssimo interesse de mercado!
Artistas deviam sempre sobrevevir de outra coisa e criarem quando quisessem, se quisessem! Com certeza o teatro não seria essa coisa chata que é hoje, que atrai para a plateia só os próprios artistas e se distancia cada vez mais das pessoas "normais"!
Alguém um dia me falou que Fomento acabou com o teatro em São Paulo. Talvez seja um exagero, pois o Fomento é apenas um sintoma da situação macabra em que vivemos, não é a causa do mal. Por outro lado, é muito triste saber que as pessoas buscam entrar num trabalho artístico porque vão receber por isso, e não porque querem participar daquela experiência (daquela, especificamente).
Descobri, lá, que hoje tinha votação para a formação da comissão dessa edição do Fomento. Eu não estava nem sabendo do Fomento, esqueci... a Bel, para quem estava entregando o relatório, surpreendeu-se, pois como "sendo" de um grupo era de se esperar que estivesse eu também me empenhando em mandar um projeto.
Cada vez mais desacredito em "grupos" de teatro (ou de qualquer coisa). As necessidades contínuas do grupo destróem o trabalho (devem haver exceções). E o fomento contínuo transforma o grupo em uma instituição que gera empregos e atrai desempregados!
Definitivamente, ninguém vai me convencer de que a arte pode estar atrelada ao mercado. Tenho cada vez mais convicção de que o fato da sobrevivência do artista depender do seu fazer artístico é o que destrói a arte e a transforma cada vez mais em um bem de consumo e, pior, um bem de consumo que gera pouquíssimo interesse de mercado!
Artistas deviam sempre sobrevevir de outra coisa e criarem quando quisessem, se quisessem! Com certeza o teatro não seria essa coisa chata que é hoje, que atrai para a plateia só os próprios artistas e se distancia cada vez mais das pessoas "normais"!
Alguém um dia me falou que Fomento acabou com o teatro em São Paulo. Talvez seja um exagero, pois o Fomento é apenas um sintoma da situação macabra em que vivemos, não é a causa do mal. Por outro lado, é muito triste saber que as pessoas buscam entrar num trabalho artístico porque vão receber por isso, e não porque querem participar daquela experiência (daquela, especificamente).
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Contatos - urgente!
Na correria nunca mais passei por aqui para compartilhar experiências e reclamar!
Muitas estreias e muitos trabalhos acontecendo e nada de poder refletir sobre eles, apenas agir, agir sem pensar, rápido e sem erros! E também fazer o café da manhã, tomar junto com o marido, na mesa, com calma, sem pensar em trabalho ou se mostrar ansiosa por ter 1000 coisas pra fazer e o tempo urge, e também preparar almoço para a filha que estava com febre, para que coma direito e não se atrase para a escola, e também ler emails pessoais, e resolver a questão do IPTU da casa, e fazer sobrar um tempinho para pensar no ensaio... que é o que interessa de fato!
Pena não poder refletir mais...
O que preciso agora é do contato de um panfleteiro para fazer a distribuição de um material gráfico de divulgação de uma mostra.
Alguém tem?
Agradeço!
Muitas estreias e muitos trabalhos acontecendo e nada de poder refletir sobre eles, apenas agir, agir sem pensar, rápido e sem erros! E também fazer o café da manhã, tomar junto com o marido, na mesa, com calma, sem pensar em trabalho ou se mostrar ansiosa por ter 1000 coisas pra fazer e o tempo urge, e também preparar almoço para a filha que estava com febre, para que coma direito e não se atrase para a escola, e também ler emails pessoais, e resolver a questão do IPTU da casa, e fazer sobrar um tempinho para pensar no ensaio... que é o que interessa de fato!
Pena não poder refletir mais...
O que preciso agora é do contato de um panfleteiro para fazer a distribuição de um material gráfico de divulgação de uma mostra.
Alguém tem?
Agradeço!
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
rubrica "hospedagem com alimentação", uma furada para projetos de circulação por cidades pequenas!!!!
O projeto "Zona de Guerra - BR de circulação" é patrocinado pela Petrobras através da Lei Rouanet. Sendo assim, o projeto foi formatado seguindo os padrões do Salic Web. Para os que já formataram um projeto pelo Salic sabem que as rubricas do orçamento estão todas lá no formulário, vc não pode inserir uma rubrica específica, precisa adaptar as suas a alguma da extensa lista que o sistema apresenta.
Eu acho que isso é uma forma de padronizar os projetos, de modo a evitar rubricas ininteligíveis para os pareceristas. Mas para nós, produtores, às vezes é um tormento. Fora que para projetos de circulação você é obrigado a fazer uma rubrica para cada cidade, mesmo que na sua singela planilhinha de excel você tenha uma única rubrica que abarque todas as cidades.
No nosso projeto, seguimos a planilha do Salic e os itens "hospedagem" e "alimentação" se transformaram em uma única rubrica: "hospedagem com alimentação". Porém, durante a pré-produção fomos logo nos dando conta de que cumprir tal rubrica seria absolutamente impossível! Não havia como viabilizar que toda a equipe se alimentasse sempre no hotel! Na verdade, nem todos os hotéis tinham restaurante e os que tinham ofereciam um horário de funcionamento absolutamente incompatível com os horários malucos de trabalho da equipe (que, por ser bem grande - 13 pessoas - nem sempre estava fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo). À noite, jantávamos depois das apresentações (o que significava depois do debate e, em geral, da desmontagem), ou seja, quase sempre depois da meia-noite. E no almoço, horário de montagem, muitas vezes era inviável voltar para o hotel para comer, comia-se perto do teatro mesmo, e pronto!
Antes de darmos início à viagem, entramos em contato com o MinC e obtivemos a informação de que poderíamos sim apresentar notas fiscais separadas para hospedagem e alimentação. Tivemos o cuidado de pedir que nos enviassem um email oficializando tal informação, para não corrermos o risco de termos problemas na prestação de contas.
Então, demos início às viagens, e aí nos deparamos com um novo problema que me fez compreender o porque de não existir a rubrica "alimentação" no formulário do Salic: ou a equipe se alimenta em lugares diversos, recebendo uma diária individual de alimentação, e isso decorre em inúmeras notas fiscais de valores baixos; Ou todos se alimentam no mesmo lugar e pegam uma única nota fiscal no valor total da refeição, e isso decorre em uma nota fiscal de valor superior a R$ 100,00, e que, portanto, pela Lei, deve ser paga com cheque do projeto depositado na conta Pessoa Jurídica do credor (e aí fica difícil encontrar um restaurante que aceite receber o pagamento pela refeição em depósito bancário, dias após o consumo, em especial com o fato de a equipe provavelmente já ter ido embora da cidade, já que ficamos, em média, quatro dias em cada cidade).
Tivemos que lidar com este problema!!! O nosso gasto total com alimentação foi superior a R$ 20.000,00; passamos por 7 cidades em 3 Estados diferentes ao longo de 36 dias; foi impossível manter um padrão! Em alguns lugares todos comiam juntos e a nota era única, pedíamos para o dono do estabelecimento fazer notas inferiores a R$ 100,00 que somassem o valor total gasto, para podermos pagar em dinheiro, mas nem todos aceitavam fazer 4 ou 5 notas fiscais... aí pegávamos uma nota única mesmo... e pagávamos em dinheiro (será que o MinC vai nos compreender?). Outras vezes cada um comia em um lugar diferente, e aí temos um montão de notas com valores baixos... fora as vezes em que estávamos em uma cidade onde nenhum restaurante ficava aberto depois das 20h... em Caracaraí, por exemplo, a equipe teve o prazer de conhecer o bar do Haroldo onde, contam, comeram o melhor peixe assado da história! Porém, nada de nota fiscal, trata-se de um lugar totalmente informal, praticamente a casa de alguém que faz uma comida e pede uma contribuição! Como proceder em situações como esta?
Bom, amanhã terei um longo dia planilhando notas fiscais de alimentação e depois da prestação de contas eu conto pra vcs o que o MinC achou das nossas planilhas!!!!!
Eu acho que isso é uma forma de padronizar os projetos, de modo a evitar rubricas ininteligíveis para os pareceristas. Mas para nós, produtores, às vezes é um tormento. Fora que para projetos de circulação você é obrigado a fazer uma rubrica para cada cidade, mesmo que na sua singela planilhinha de excel você tenha uma única rubrica que abarque todas as cidades.
No nosso projeto, seguimos a planilha do Salic e os itens "hospedagem" e "alimentação" se transformaram em uma única rubrica: "hospedagem com alimentação". Porém, durante a pré-produção fomos logo nos dando conta de que cumprir tal rubrica seria absolutamente impossível! Não havia como viabilizar que toda a equipe se alimentasse sempre no hotel! Na verdade, nem todos os hotéis tinham restaurante e os que tinham ofereciam um horário de funcionamento absolutamente incompatível com os horários malucos de trabalho da equipe (que, por ser bem grande - 13 pessoas - nem sempre estava fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo). À noite, jantávamos depois das apresentações (o que significava depois do debate e, em geral, da desmontagem), ou seja, quase sempre depois da meia-noite. E no almoço, horário de montagem, muitas vezes era inviável voltar para o hotel para comer, comia-se perto do teatro mesmo, e pronto!
Antes de darmos início à viagem, entramos em contato com o MinC e obtivemos a informação de que poderíamos sim apresentar notas fiscais separadas para hospedagem e alimentação. Tivemos o cuidado de pedir que nos enviassem um email oficializando tal informação, para não corrermos o risco de termos problemas na prestação de contas.
Então, demos início às viagens, e aí nos deparamos com um novo problema que me fez compreender o porque de não existir a rubrica "alimentação" no formulário do Salic: ou a equipe se alimenta em lugares diversos, recebendo uma diária individual de alimentação, e isso decorre em inúmeras notas fiscais de valores baixos; Ou todos se alimentam no mesmo lugar e pegam uma única nota fiscal no valor total da refeição, e isso decorre em uma nota fiscal de valor superior a R$ 100,00, e que, portanto, pela Lei, deve ser paga com cheque do projeto depositado na conta Pessoa Jurídica do credor (e aí fica difícil encontrar um restaurante que aceite receber o pagamento pela refeição em depósito bancário, dias após o consumo, em especial com o fato de a equipe provavelmente já ter ido embora da cidade, já que ficamos, em média, quatro dias em cada cidade).
Tivemos que lidar com este problema!!! O nosso gasto total com alimentação foi superior a R$ 20.000,00; passamos por 7 cidades em 3 Estados diferentes ao longo de 36 dias; foi impossível manter um padrão! Em alguns lugares todos comiam juntos e a nota era única, pedíamos para o dono do estabelecimento fazer notas inferiores a R$ 100,00 que somassem o valor total gasto, para podermos pagar em dinheiro, mas nem todos aceitavam fazer 4 ou 5 notas fiscais... aí pegávamos uma nota única mesmo... e pagávamos em dinheiro (será que o MinC vai nos compreender?). Outras vezes cada um comia em um lugar diferente, e aí temos um montão de notas com valores baixos... fora as vezes em que estávamos em uma cidade onde nenhum restaurante ficava aberto depois das 20h... em Caracaraí, por exemplo, a equipe teve o prazer de conhecer o bar do Haroldo onde, contam, comeram o melhor peixe assado da história! Porém, nada de nota fiscal, trata-se de um lugar totalmente informal, praticamente a casa de alguém que faz uma comida e pede uma contribuição! Como proceder em situações como esta?
Bom, amanhã terei um longo dia planilhando notas fiscais de alimentação e depois da prestação de contas eu conto pra vcs o que o MinC achou das nossas planilhas!!!!!
terça-feira, 8 de novembro de 2011
breve comentário sobre o acúmulo de funções...
Numa postagem anterior eu salientei a importância de não trabalharmos sozinhos, em especial em grandes produções. Frizei a importância de se ter uma equipe de produção, o que inclui, quando há viagens, produtor local e, principalmente, produtor viajando com a equipe!
Mas quero deixar aqui registrado que no projeto "Zona de Guerra - BR de Circulação" (patrocínio Petrobras, realização Governo Federal) optamos por deixar a produção local nas mãos da própria equipe artística, pois não tínhamos um produtor que pudesse acompanhar a viagem e a equipe não achou que valia a pena investir em um que não tivesse acompanhado toda a pré-produção e não conhecesse a rotina do grupo (afinal, seriam 40 dias fazendo absolutamente TUDO juntos, era natural que quisessem estar com quem tivessem alguma intimidade).
Os meninos que ficaram responsáveis pela produção foram maravilhosos e absolutamente eficientes em cumprir as demandas de produção que ficaram designadas para eles. O problema é que, além da pouca experiência na função (o que não chegou a ser um problema, pois tinham experiência com teatro, e isso foi suficiente), ficaram ultra sobrecarregados, e isso é bastante prejudicial à "qualidade de vida" de todos durante o trabalho!
Enfim, o que eu acho, como sempre achei, é que excesso é sempre negativo! Não dá para, por um cachê maior ou por vaidade ou por não querer dar trabalho ou por sei lá o que, acumular para si mais funções do que as que você pode cumprir mantendo o bom humor!!!!!!!!!!!!
Mas quero deixar aqui registrado que no projeto "Zona de Guerra - BR de Circulação" (patrocínio Petrobras, realização Governo Federal) optamos por deixar a produção local nas mãos da própria equipe artística, pois não tínhamos um produtor que pudesse acompanhar a viagem e a equipe não achou que valia a pena investir em um que não tivesse acompanhado toda a pré-produção e não conhecesse a rotina do grupo (afinal, seriam 40 dias fazendo absolutamente TUDO juntos, era natural que quisessem estar com quem tivessem alguma intimidade).
Os meninos que ficaram responsáveis pela produção foram maravilhosos e absolutamente eficientes em cumprir as demandas de produção que ficaram designadas para eles. O problema é que, além da pouca experiência na função (o que não chegou a ser um problema, pois tinham experiência com teatro, e isso foi suficiente), ficaram ultra sobrecarregados, e isso é bastante prejudicial à "qualidade de vida" de todos durante o trabalho!
Enfim, o que eu acho, como sempre achei, é que excesso é sempre negativo! Não dá para, por um cachê maior ou por vaidade ou por não querer dar trabalho ou por sei lá o que, acumular para si mais funções do que as que você pode cumprir mantendo o bom humor!!!!!!!!!!!!
domingo, 6 de novembro de 2011
locação de equipamento de luz em lugares com poucas opções!
No orçamento original do projeto "Zona de Guerra - BR de Circulação", previmos R$ 2.000,00 para locação de equipamento de luz em cada uma das 07 cidades por onde passaríamos.
Tínhamos, portanto, R$ 14.000,00 para locar equipamentos de luz. Num primeiro momento, pensamos em comprar o equipamento, e fretar junto com o cenário para todas as cidades. Mas para isso, precisaríamos saber se tínhamos essa liberdade, de comprar algo, pelo projeto. Não só por talvez termos problemas com o MinC como também pelo fato da nota sair em nome da Cooperativa, o que significa que o equipamento seria da Cooperativa, e não da Triptal.
Sem dúvida, amigo produtor, passou pela sua cabeça: "por que não comprar e arrumar uma nota de locação pra justificar o gasto?!". Porque por mais bizarro que seja gastar mais para alugar do que para comprar um equipamento que, ainda por cima, vai lhe ser útil muitas vezes depois, nesse projeto fizemos tudo o mais direitinho possível! Acreditem!!!!
A questão é que quando começamos a fechar as pautas tivemos a sorte de conseguir fechar as apresentações em teatros equipados, ao menos nas capitais. Em Boa Vista tivemos o apoio do SESC e a apresentação aconteceu no Teatro de lá, com a infra fornecida com muito carinho e competência pela equipe da Vera, coordenadora de Cultura do SESC Roraima. Em Manaus, novamente o SESC e o aconchegante "Teatro de Bolso", com o super apoio do Jorge, o técnico local. E em Belém, o Teatro Cláudio Barradas - na primeira apresentação, ainda com o apoio do SESC Pará, e a disponibilidade da Ana Laura, técnica de teatro; na segunda, com o apoio da UFPA, que mesmo com dificuldades foi uma importante parceira na passagem por Belém.
Em Santarém, o auditório não tinha nada, mas a Secretaria de Cultura nos apoiou e forneceu TODO o equipamento necessário. A Nilzete, nosso contato na Secretaria, era tão tranquila e segura que eu até duvidava que ia estar tudo lá, mas estava, tudo em perfeitas condições de funcionamento!
Em Porto Trombetas o teatro tinha muito menos equipamento do que o necessário, mas nada que inviabilizasse o trabaolho e comprometesse a qualidade do espetáculo. Até porque seria muito caro locar e, principalmente, transportar equipamentos de Santarém para Trombetas (via barco, única opção para frete de carga).
Em Caracaraí (RR) e em Itacoatiara (AM) não tivemos saída! Tivemos que locar. Num primeiro momento eu até tentei locar nas próprias cidades mas foi impossível. O único fornecedor de equipamentos de luz e som em cada uma das cidades não sabia o que era um elipsoidal e menos ainda um PC, tudo que eles tinham eram panelões, pra shows! Mas também, quantos espetáculos de teatro acontecem por ano em Caracaraí e Itacoatiara???!!!!
Então recorremos às capitais e incluímos no orçamento da locação o transporte até as cidades em questão!
Em Roraima pedi contatos para a Vera, do SESC RR, e ela me passou três contatos. Tive sorte no primeiro: o Haroldo! que tinha tudo o que precisávamos e ainda fez um preço super bacana para a locação de todo o equipamento de luz, som, box truss e técnicos. Conseguimos economizar no transporte porque todo o equipamento foi no caminhão que o SESC nos forneceu como parte do apoio que nos deram em Roraima para o transporte do nosso cenário. Nos dias das apresentações o Haroldo ainda ficou transitando entre Boa Vista e Caracaraí (mais de 200 km) pra poder acompanhar a montagem e garantir que não faltasse nada! E pra fechar com chave de ouro, nunca sequer perguntou quando faríamos o depósito do pagamento pelo serviço! Totalmente na confiança! Enfim, serivço mais do que recomendado!
Em Manaus tentamos que o pessoal do SESC nos fornecesse contatos, mas infelizmente não obtivemos sucesso nas tentativas. Mas o Jorge, técnico do teatro, com quem acabei conversando bastante e que me adiantou muito o trabalho, me passou um contato bom: o Chico. O Chico me passou um orçamento pra tudo (luz, som, box truss, técnicos e transporte para Itacoatiara - incluindo o nosso cenário) que era três vezes maior que o valor que o Haroldo tinha feito pra gente em Roraima. Comecei a correr atrás de outro fornecedor. O Kedinho, secretário de Cultura de Itacoatiara, nos passou o contato do Marcos Apolo, diretor técnico do Teatro Amazonas. Provavelmente pela função, foi difícil encontrá-lo e quando encontramos o preço foi o mesmo (até um pouco mais caro). Depois de muito choro sem qualquer sucesso, fechamos com o Chico pelo valor original. As coisas em Manaus são bem diferentes do que em Roraima. Acho que as pessoas são mais desconfiadas, mais como em São Paulo...
O Chico devia encontrar a equipe no aeroporto de Manaus numa madrugada de um domingo para segunda. Mas eu mandei um email pra ele com o dia do mês certo e o da semana errado (falei que ele tinha que pegar a equipe no aeroporto de segunda pra terça). Só descobrimos o erro na tarde do dia em que o trabalho devia ser feito. O Chico ficou bem bravo comigo por causa disso, e quase que não conseguiu chegar com tudo para fazer o trampo, mas no fim chegou! Com muitas horas de atraso, mesmo depois de ter garantido que apesar de tudo chegaria na hora, mas chegou.
Ele também exigiu um depósito de metade do valor combindo antes do trabalho e quando acabou me cobrou com ênfase o depósito da segunda metade. Mas fez o trabalho direitinho e forneceu um equipamento de primeira, com vários refletores novinhos em folha, inclusive... além de mandar o Jorge, técnico do SESC Manaus, pra fazer o apoio da montagem!
Enfim, com os R$ 14.000,00 locamos equipamentos (não só de luz, salientemos!) para as apresentações ocorridas em apenas 02 cidades! Uma verba que com certeza poderia ser usada para comprar o equipamento que foi alugado, mas com a qual não compramos nada (só umas gelatinas e uns pimbinzinhos!)... ossos do ofício! O importante é que fizemos "Zona de Guerra" com o mesmo grau de excelência que é feito em São Paulo, em todas as cidades por onde passamos, honrando o patrocínio da Petrobras e o nome da Cia. Triptal!
E aí colega, já passou "perrengues" para locar equipamentos em cidades cujos nomes lhe eram desconhecidos até o projeto em questão? Compartilhe!
Ah, e aproveito para a DICA do Post: Para projetos que pedem rigorosas prestações de contas NUNCA se esqueça de fazer CONTRATO com TODOS os prestadores de serviços que você contratar! E sobre as notas fiscais de prestadores de serviços (quando são emitidas fora do município da sua pessoa jurídica principalmente), não deixe de passar para o seu contador antes de fazer o pagamento, pois às vezes têm retenções de impostos que devem ser feitas na fonte, portanto, depois que vc pagou, babau!
Tínhamos, portanto, R$ 14.000,00 para locar equipamentos de luz. Num primeiro momento, pensamos em comprar o equipamento, e fretar junto com o cenário para todas as cidades. Mas para isso, precisaríamos saber se tínhamos essa liberdade, de comprar algo, pelo projeto. Não só por talvez termos problemas com o MinC como também pelo fato da nota sair em nome da Cooperativa, o que significa que o equipamento seria da Cooperativa, e não da Triptal.
Sem dúvida, amigo produtor, passou pela sua cabeça: "por que não comprar e arrumar uma nota de locação pra justificar o gasto?!". Porque por mais bizarro que seja gastar mais para alugar do que para comprar um equipamento que, ainda por cima, vai lhe ser útil muitas vezes depois, nesse projeto fizemos tudo o mais direitinho possível! Acreditem!!!!
A questão é que quando começamos a fechar as pautas tivemos a sorte de conseguir fechar as apresentações em teatros equipados, ao menos nas capitais. Em Boa Vista tivemos o apoio do SESC e a apresentação aconteceu no Teatro de lá, com a infra fornecida com muito carinho e competência pela equipe da Vera, coordenadora de Cultura do SESC Roraima. Em Manaus, novamente o SESC e o aconchegante "Teatro de Bolso", com o super apoio do Jorge, o técnico local. E em Belém, o Teatro Cláudio Barradas - na primeira apresentação, ainda com o apoio do SESC Pará, e a disponibilidade da Ana Laura, técnica de teatro; na segunda, com o apoio da UFPA, que mesmo com dificuldades foi uma importante parceira na passagem por Belém.
Em Santarém, o auditório não tinha nada, mas a Secretaria de Cultura nos apoiou e forneceu TODO o equipamento necessário. A Nilzete, nosso contato na Secretaria, era tão tranquila e segura que eu até duvidava que ia estar tudo lá, mas estava, tudo em perfeitas condições de funcionamento!
Em Porto Trombetas o teatro tinha muito menos equipamento do que o necessário, mas nada que inviabilizasse o trabaolho e comprometesse a qualidade do espetáculo. Até porque seria muito caro locar e, principalmente, transportar equipamentos de Santarém para Trombetas (via barco, única opção para frete de carga).
Em Caracaraí (RR) e em Itacoatiara (AM) não tivemos saída! Tivemos que locar. Num primeiro momento eu até tentei locar nas próprias cidades mas foi impossível. O único fornecedor de equipamentos de luz e som em cada uma das cidades não sabia o que era um elipsoidal e menos ainda um PC, tudo que eles tinham eram panelões, pra shows! Mas também, quantos espetáculos de teatro acontecem por ano em Caracaraí e Itacoatiara???!!!!
Então recorremos às capitais e incluímos no orçamento da locação o transporte até as cidades em questão!
Em Roraima pedi contatos para a Vera, do SESC RR, e ela me passou três contatos. Tive sorte no primeiro: o Haroldo! que tinha tudo o que precisávamos e ainda fez um preço super bacana para a locação de todo o equipamento de luz, som, box truss e técnicos. Conseguimos economizar no transporte porque todo o equipamento foi no caminhão que o SESC nos forneceu como parte do apoio que nos deram em Roraima para o transporte do nosso cenário. Nos dias das apresentações o Haroldo ainda ficou transitando entre Boa Vista e Caracaraí (mais de 200 km) pra poder acompanhar a montagem e garantir que não faltasse nada! E pra fechar com chave de ouro, nunca sequer perguntou quando faríamos o depósito do pagamento pelo serviço! Totalmente na confiança! Enfim, serivço mais do que recomendado!
Em Manaus tentamos que o pessoal do SESC nos fornecesse contatos, mas infelizmente não obtivemos sucesso nas tentativas. Mas o Jorge, técnico do teatro, com quem acabei conversando bastante e que me adiantou muito o trabalho, me passou um contato bom: o Chico. O Chico me passou um orçamento pra tudo (luz, som, box truss, técnicos e transporte para Itacoatiara - incluindo o nosso cenário) que era três vezes maior que o valor que o Haroldo tinha feito pra gente em Roraima. Comecei a correr atrás de outro fornecedor. O Kedinho, secretário de Cultura de Itacoatiara, nos passou o contato do Marcos Apolo, diretor técnico do Teatro Amazonas. Provavelmente pela função, foi difícil encontrá-lo e quando encontramos o preço foi o mesmo (até um pouco mais caro). Depois de muito choro sem qualquer sucesso, fechamos com o Chico pelo valor original. As coisas em Manaus são bem diferentes do que em Roraima. Acho que as pessoas são mais desconfiadas, mais como em São Paulo...
O Chico devia encontrar a equipe no aeroporto de Manaus numa madrugada de um domingo para segunda. Mas eu mandei um email pra ele com o dia do mês certo e o da semana errado (falei que ele tinha que pegar a equipe no aeroporto de segunda pra terça). Só descobrimos o erro na tarde do dia em que o trabalho devia ser feito. O Chico ficou bem bravo comigo por causa disso, e quase que não conseguiu chegar com tudo para fazer o trampo, mas no fim chegou! Com muitas horas de atraso, mesmo depois de ter garantido que apesar de tudo chegaria na hora, mas chegou.
Ele também exigiu um depósito de metade do valor combindo antes do trabalho e quando acabou me cobrou com ênfase o depósito da segunda metade. Mas fez o trabalho direitinho e forneceu um equipamento de primeira, com vários refletores novinhos em folha, inclusive... além de mandar o Jorge, técnico do SESC Manaus, pra fazer o apoio da montagem!
Enfim, com os R$ 14.000,00 locamos equipamentos (não só de luz, salientemos!) para as apresentações ocorridas em apenas 02 cidades! Uma verba que com certeza poderia ser usada para comprar o equipamento que foi alugado, mas com a qual não compramos nada (só umas gelatinas e uns pimbinzinhos!)... ossos do ofício! O importante é que fizemos "Zona de Guerra" com o mesmo grau de excelência que é feito em São Paulo, em todas as cidades por onde passamos, honrando o patrocínio da Petrobras e o nome da Cia. Triptal!
E aí colega, já passou "perrengues" para locar equipamentos em cidades cujos nomes lhe eram desconhecidos até o projeto em questão? Compartilhe!
Ah, e aproveito para a DICA do Post: Para projetos que pedem rigorosas prestações de contas NUNCA se esqueça de fazer CONTRATO com TODOS os prestadores de serviços que você contratar! E sobre as notas fiscais de prestadores de serviços (quando são emitidas fora do município da sua pessoa jurídica principalmente), não deixe de passar para o seu contador antes de fazer o pagamento, pois às vezes têm retenções de impostos que devem ser feitas na fonte, portanto, depois que vc pagou, babau!
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