domingo, 6 de novembro de 2011

locação de equipamento de luz em lugares com poucas opções!

No orçamento original do projeto "Zona de Guerra - BR de Circulação", previmos R$ 2.000,00 para locação de equipamento de luz em cada uma das 07 cidades por onde passaríamos.

Tínhamos, portanto, R$ 14.000,00 para locar equipamentos de luz. Num primeiro momento, pensamos em comprar o equipamento, e fretar junto com o cenário para todas as cidades. Mas para isso, precisaríamos saber se tínhamos essa liberdade, de comprar algo, pelo projeto. Não só por talvez termos problemas com o MinC como também pelo fato da nota sair em nome da Cooperativa, o que significa que o equipamento seria da Cooperativa, e não da Triptal.

Sem dúvida, amigo produtor, passou pela sua cabeça: "por que não comprar e arrumar uma nota de locação pra justificar o gasto?!". Porque por mais bizarro que seja gastar mais para alugar do que para comprar um equipamento que, ainda por cima, vai lhe ser útil muitas vezes depois, nesse projeto fizemos tudo o mais direitinho possível! Acreditem!!!!

A questão é que quando começamos a fechar as pautas tivemos a sorte de conseguir fechar as apresentações em teatros equipados, ao menos nas capitais. Em Boa Vista tivemos o apoio do SESC e a apresentação aconteceu no Teatro de lá, com a infra fornecida com muito carinho e competência pela equipe da Vera, coordenadora de Cultura do SESC Roraima. Em Manaus, novamente o SESC e o aconchegante "Teatro de Bolso", com o super apoio do Jorge, o técnico local. E em Belém, o Teatro Cláudio Barradas - na primeira apresentação, ainda com o apoio do SESC Pará, e a disponibilidade da Ana Laura, técnica de teatro; na segunda, com o apoio da UFPA, que mesmo com dificuldades foi uma importante parceira na passagem por Belém.

Em Santarém, o auditório não tinha nada, mas a Secretaria de Cultura nos apoiou e forneceu TODO o equipamento necessário. A Nilzete, nosso contato na Secretaria, era tão tranquila e segura que eu até duvidava que ia estar tudo lá, mas estava, tudo em perfeitas condições de funcionamento!
Em Porto Trombetas o teatro tinha muito menos equipamento do que o necessário, mas nada que inviabilizasse o trabaolho e comprometesse a qualidade do espetáculo. Até porque seria muito caro locar e, principalmente, transportar equipamentos de Santarém para Trombetas (via barco, única opção para frete de carga).

Em Caracaraí (RR) e em Itacoatiara (AM) não tivemos saída! Tivemos que locar. Num primeiro momento eu até tentei locar nas próprias cidades mas foi impossível. O único fornecedor de equipamentos de luz e som em cada uma das cidades não sabia o que era um elipsoidal e menos ainda um PC, tudo que eles tinham eram panelões, pra shows! Mas também, quantos espetáculos de teatro acontecem por ano em Caracaraí e Itacoatiara???!!!!

Então recorremos às capitais e incluímos no orçamento da locação o transporte até as cidades em questão!
Em Roraima pedi contatos para a Vera, do SESC RR, e ela me passou três contatos. Tive sorte no primeiro: o Haroldo! que tinha tudo o que precisávamos e ainda fez um preço super bacana para a locação de todo o equipamento de luz, som, box truss e técnicos. Conseguimos economizar no transporte porque todo o equipamento foi no caminhão que o SESC nos forneceu como parte do apoio que nos deram em Roraima para o transporte do nosso cenário. Nos dias das apresentações o Haroldo ainda ficou transitando entre Boa Vista e Caracaraí (mais de 200 km) pra poder acompanhar a montagem e garantir que não faltasse nada! E pra fechar com chave de ouro, nunca sequer perguntou quando faríamos o depósito do pagamento pelo serviço! Totalmente na confiança! Enfim, serivço mais do que recomendado!

Em Manaus tentamos que o pessoal do SESC nos fornecesse contatos, mas infelizmente não obtivemos sucesso nas tentativas. Mas o Jorge, técnico do teatro, com quem acabei conversando bastante e que me adiantou muito o trabalho, me passou um contato bom: o Chico. O Chico me passou um orçamento pra tudo (luz, som, box truss, técnicos e transporte para Itacoatiara - incluindo o nosso cenário) que era três vezes maior que o valor que o Haroldo tinha feito pra gente em Roraima. Comecei a correr atrás de outro fornecedor. O Kedinho, secretário de Cultura de Itacoatiara, nos passou o contato do Marcos Apolo, diretor técnico do Teatro Amazonas. Provavelmente pela função, foi difícil encontrá-lo e quando encontramos o preço foi o mesmo (até um pouco mais caro). Depois de muito choro sem qualquer sucesso, fechamos com o Chico pelo valor original. As coisas em Manaus são bem diferentes do que em Roraima. Acho que as pessoas são mais desconfiadas, mais como em São Paulo...

O Chico devia encontrar a equipe no aeroporto de Manaus numa madrugada de um domingo para segunda. Mas eu mandei um email pra ele com o dia do mês certo e o da semana errado (falei que ele tinha que pegar a equipe no aeroporto de segunda pra terça). Só descobrimos o erro na tarde do dia em que o trabalho devia ser feito. O Chico ficou bem bravo comigo por causa disso, e quase que não conseguiu chegar com tudo para fazer o trampo, mas no fim chegou! Com muitas horas de atraso, mesmo depois de ter garantido que apesar de tudo chegaria na hora, mas chegou.

Ele também exigiu um depósito de metade do valor combindo antes do trabalho e quando acabou me cobrou com ênfase o depósito da segunda metade. Mas fez o trabalho direitinho e forneceu um equipamento de primeira, com vários refletores novinhos em folha, inclusive... além de mandar o Jorge, técnico do SESC Manaus, pra fazer o apoio da montagem!

Enfim, com os R$ 14.000,00 locamos equipamentos (não só de luz, salientemos!) para as apresentações ocorridas em apenas 02 cidades! Uma verba que com certeza poderia ser usada para comprar o equipamento que foi alugado, mas com a qual não compramos nada (só umas gelatinas e uns pimbinzinhos!)... ossos do ofício! O importante é que fizemos "Zona de Guerra" com o mesmo grau de excelência que é feito em São Paulo, em todas as cidades por onde passamos, honrando o patrocínio da Petrobras e o nome da Cia. Triptal!

E aí colega, já passou "perrengues" para locar equipamentos em cidades cujos nomes lhe eram desconhecidos até o projeto em questão? Compartilhe!

Ah, e aproveito para a DICA do Post: Para projetos que pedem rigorosas prestações de contas NUNCA se esqueça de fazer CONTRATO com TODOS os prestadores de serviços que você contratar! E sobre as notas fiscais de prestadores de serviços (quando são emitidas fora do município da sua pessoa jurídica principalmente), não deixe de passar para o seu contador antes de fazer o pagamento, pois às vezes têm retenções de impostos que devem ser feitas na fonte, portanto, depois que vc pagou, babau!

2 comentários:

  1. O iluminador não conseguiria adaptar sua luz para ser feita com o equipamento de show? Eu acho que o stress de fazer toda essa reviravolta atrás dos equipamentos poderia ser evitado reduzindo um pouco a qualidade da luz da peça e adaptando. Mas sei lá, não conheço a peça pra opinar melhor.
    Abraço!

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  2. Sim, Bru, acho que não seria impossível! Mas para que isso fosse uma saída eu precisaria ter um iluminador mais presente, participativo, desejoso de pensar soluções... o que não era o nosso caso, infelizmente!
    Eu sou apenas uma simples produtora... rs

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