quinta-feira, 17 de novembro de 2011

rubrica "hospedagem com alimentação", uma furada para projetos de circulação por cidades pequenas!!!!

O projeto "Zona de Guerra - BR de circulação" é patrocinado pela Petrobras através da Lei Rouanet. Sendo assim, o projeto foi formatado seguindo os padrões do Salic Web. Para os que já formataram um projeto pelo Salic sabem que as rubricas do orçamento estão todas lá no formulário, vc não pode inserir uma rubrica específica, precisa adaptar as suas a alguma da extensa lista que o sistema apresenta.
Eu acho que isso é uma forma de padronizar os projetos, de modo a evitar rubricas ininteligíveis para os pareceristas. Mas para nós, produtores, às vezes é um tormento. Fora que para projetos de circulação você é obrigado a fazer uma rubrica para cada cidade, mesmo que na sua singela planilhinha de excel você tenha uma única rubrica que abarque todas as cidades.
No nosso projeto, seguimos a planilha do Salic e os itens "hospedagem" e "alimentação" se transformaram em uma única rubrica: "hospedagem com alimentação". Porém, durante a pré-produção fomos logo nos dando conta de que cumprir tal rubrica seria absolutamente impossível! Não havia como viabilizar que toda a equipe se alimentasse sempre no hotel! Na verdade, nem todos os hotéis tinham restaurante e os que tinham ofereciam um horário de funcionamento absolutamente incompatível com os horários malucos de trabalho da equipe (que, por ser bem grande - 13 pessoas - nem sempre estava fazendo a mesma coisa ao mesmo tempo).  À noite, jantávamos depois das apresentações (o que significava depois do debate e, em geral, da desmontagem), ou seja, quase sempre depois da meia-noite. E no almoço, horário de montagem, muitas vezes era inviável voltar para o hotel para comer, comia-se perto do teatro mesmo, e pronto!
Antes de darmos início à viagem, entramos em contato com o MinC e obtivemos a informação de que poderíamos sim apresentar notas fiscais separadas para hospedagem e alimentação. Tivemos o cuidado de pedir que nos enviassem um email oficializando tal informação, para não corrermos o risco de termos problemas na prestação de contas.
Então, demos início às viagens, e aí nos deparamos com um novo problema que me fez compreender o porque de não existir a rubrica "alimentação" no formulário do Salic: ou a equipe se alimenta em lugares diversos, recebendo uma diária individual de alimentação, e isso decorre em inúmeras notas fiscais de valores baixos; Ou todos se alimentam no mesmo lugar e pegam uma única nota fiscal no valor total da refeição, e isso decorre em uma nota fiscal de valor superior a R$ 100,00, e que, portanto, pela Lei, deve ser paga com cheque do projeto depositado na conta Pessoa Jurídica do credor (e aí fica difícil encontrar um restaurante que aceite receber o pagamento pela refeição em depósito bancário, dias após o consumo, em especial com o fato de a equipe provavelmente já ter ido embora da cidade, já que ficamos, em média, quatro dias em cada cidade).
Tivemos que lidar com este problema!!! O nosso gasto total com alimentação foi superior a R$ 20.000,00; passamos por 7 cidades em 3 Estados diferentes ao longo de 36 dias; foi impossível manter um padrão! Em alguns lugares todos comiam juntos e a nota era única, pedíamos para o dono do estabelecimento fazer notas inferiores a R$ 100,00 que somassem o valor total gasto, para podermos pagar em dinheiro, mas nem todos aceitavam fazer 4 ou 5 notas fiscais... aí pegávamos uma nota única mesmo... e pagávamos em dinheiro (será que o MinC vai nos compreender?). Outras vezes cada um comia em um lugar diferente, e aí temos um montão de notas com valores baixos... fora as vezes em que estávamos em uma cidade onde nenhum restaurante ficava aberto depois das 20h... em Caracaraí, por exemplo, a equipe teve o prazer de conhecer o bar do Haroldo onde, contam, comeram o melhor peixe assado da história! Porém, nada de nota fiscal, trata-se de um lugar totalmente informal, praticamente a casa de alguém que faz uma comida e pede uma contribuição! Como proceder em situações como esta?

Bom, amanhã terei um longo dia planilhando notas fiscais de alimentação e depois da prestação de contas eu conto pra vcs o que o MinC achou das nossas planilhas!!!!!

terça-feira, 8 de novembro de 2011

breve comentário sobre o acúmulo de funções...

Numa postagem anterior eu salientei a importância de não trabalharmos sozinhos, em especial em grandes produções. Frizei a importância de se ter uma equipe de produção, o que inclui, quando há viagens, produtor local e, principalmente, produtor viajando com a equipe!
Mas quero deixar aqui registrado que no projeto "Zona de Guerra - BR de Circulação" (patrocínio Petrobras, realização Governo Federal) optamos por deixar a produção local nas mãos da própria equipe artística, pois não tínhamos um produtor que pudesse acompanhar a viagem e a equipe não achou que valia a pena investir em um que não tivesse acompanhado toda a pré-produção e não conhecesse a rotina do grupo (afinal, seriam 40 dias fazendo absolutamente TUDO juntos, era natural que quisessem estar com quem tivessem alguma intimidade).
Os meninos que ficaram responsáveis pela produção foram maravilhosos e absolutamente eficientes em cumprir as demandas de produção que ficaram designadas para eles. O problema é que, além da pouca experiência na função (o que não chegou a ser um problema, pois tinham experiência com teatro, e isso foi suficiente), ficaram ultra sobrecarregados, e isso é bastante prejudicial à "qualidade de vida" de todos durante o trabalho!
Enfim, o que eu acho, como sempre achei, é que excesso é sempre negativo! Não dá para, por um cachê maior ou por vaidade ou por não querer dar trabalho ou por sei lá o que, acumular para si mais funções do que as que você pode cumprir mantendo o bom humor!!!!!!!!!!!!

domingo, 6 de novembro de 2011

locação de equipamento de luz em lugares com poucas opções!

No orçamento original do projeto "Zona de Guerra - BR de Circulação", previmos R$ 2.000,00 para locação de equipamento de luz em cada uma das 07 cidades por onde passaríamos.

Tínhamos, portanto, R$ 14.000,00 para locar equipamentos de luz. Num primeiro momento, pensamos em comprar o equipamento, e fretar junto com o cenário para todas as cidades. Mas para isso, precisaríamos saber se tínhamos essa liberdade, de comprar algo, pelo projeto. Não só por talvez termos problemas com o MinC como também pelo fato da nota sair em nome da Cooperativa, o que significa que o equipamento seria da Cooperativa, e não da Triptal.

Sem dúvida, amigo produtor, passou pela sua cabeça: "por que não comprar e arrumar uma nota de locação pra justificar o gasto?!". Porque por mais bizarro que seja gastar mais para alugar do que para comprar um equipamento que, ainda por cima, vai lhe ser útil muitas vezes depois, nesse projeto fizemos tudo o mais direitinho possível! Acreditem!!!!

A questão é que quando começamos a fechar as pautas tivemos a sorte de conseguir fechar as apresentações em teatros equipados, ao menos nas capitais. Em Boa Vista tivemos o apoio do SESC e a apresentação aconteceu no Teatro de lá, com a infra fornecida com muito carinho e competência pela equipe da Vera, coordenadora de Cultura do SESC Roraima. Em Manaus, novamente o SESC e o aconchegante "Teatro de Bolso", com o super apoio do Jorge, o técnico local. E em Belém, o Teatro Cláudio Barradas - na primeira apresentação, ainda com o apoio do SESC Pará, e a disponibilidade da Ana Laura, técnica de teatro; na segunda, com o apoio da UFPA, que mesmo com dificuldades foi uma importante parceira na passagem por Belém.

Em Santarém, o auditório não tinha nada, mas a Secretaria de Cultura nos apoiou e forneceu TODO o equipamento necessário. A Nilzete, nosso contato na Secretaria, era tão tranquila e segura que eu até duvidava que ia estar tudo lá, mas estava, tudo em perfeitas condições de funcionamento!
Em Porto Trombetas o teatro tinha muito menos equipamento do que o necessário, mas nada que inviabilizasse o trabaolho e comprometesse a qualidade do espetáculo. Até porque seria muito caro locar e, principalmente, transportar equipamentos de Santarém para Trombetas (via barco, única opção para frete de carga).

Em Caracaraí (RR) e em Itacoatiara (AM) não tivemos saída! Tivemos que locar. Num primeiro momento eu até tentei locar nas próprias cidades mas foi impossível. O único fornecedor de equipamentos de luz e som em cada uma das cidades não sabia o que era um elipsoidal e menos ainda um PC, tudo que eles tinham eram panelões, pra shows! Mas também, quantos espetáculos de teatro acontecem por ano em Caracaraí e Itacoatiara???!!!!

Então recorremos às capitais e incluímos no orçamento da locação o transporte até as cidades em questão!
Em Roraima pedi contatos para a Vera, do SESC RR, e ela me passou três contatos. Tive sorte no primeiro: o Haroldo! que tinha tudo o que precisávamos e ainda fez um preço super bacana para a locação de todo o equipamento de luz, som, box truss e técnicos. Conseguimos economizar no transporte porque todo o equipamento foi no caminhão que o SESC nos forneceu como parte do apoio que nos deram em Roraima para o transporte do nosso cenário. Nos dias das apresentações o Haroldo ainda ficou transitando entre Boa Vista e Caracaraí (mais de 200 km) pra poder acompanhar a montagem e garantir que não faltasse nada! E pra fechar com chave de ouro, nunca sequer perguntou quando faríamos o depósito do pagamento pelo serviço! Totalmente na confiança! Enfim, serivço mais do que recomendado!

Em Manaus tentamos que o pessoal do SESC nos fornecesse contatos, mas infelizmente não obtivemos sucesso nas tentativas. Mas o Jorge, técnico do teatro, com quem acabei conversando bastante e que me adiantou muito o trabalho, me passou um contato bom: o Chico. O Chico me passou um orçamento pra tudo (luz, som, box truss, técnicos e transporte para Itacoatiara - incluindo o nosso cenário) que era três vezes maior que o valor que o Haroldo tinha feito pra gente em Roraima. Comecei a correr atrás de outro fornecedor. O Kedinho, secretário de Cultura de Itacoatiara, nos passou o contato do Marcos Apolo, diretor técnico do Teatro Amazonas. Provavelmente pela função, foi difícil encontrá-lo e quando encontramos o preço foi o mesmo (até um pouco mais caro). Depois de muito choro sem qualquer sucesso, fechamos com o Chico pelo valor original. As coisas em Manaus são bem diferentes do que em Roraima. Acho que as pessoas são mais desconfiadas, mais como em São Paulo...

O Chico devia encontrar a equipe no aeroporto de Manaus numa madrugada de um domingo para segunda. Mas eu mandei um email pra ele com o dia do mês certo e o da semana errado (falei que ele tinha que pegar a equipe no aeroporto de segunda pra terça). Só descobrimos o erro na tarde do dia em que o trabalho devia ser feito. O Chico ficou bem bravo comigo por causa disso, e quase que não conseguiu chegar com tudo para fazer o trampo, mas no fim chegou! Com muitas horas de atraso, mesmo depois de ter garantido que apesar de tudo chegaria na hora, mas chegou.

Ele também exigiu um depósito de metade do valor combindo antes do trabalho e quando acabou me cobrou com ênfase o depósito da segunda metade. Mas fez o trabalho direitinho e forneceu um equipamento de primeira, com vários refletores novinhos em folha, inclusive... além de mandar o Jorge, técnico do SESC Manaus, pra fazer o apoio da montagem!

Enfim, com os R$ 14.000,00 locamos equipamentos (não só de luz, salientemos!) para as apresentações ocorridas em apenas 02 cidades! Uma verba que com certeza poderia ser usada para comprar o equipamento que foi alugado, mas com a qual não compramos nada (só umas gelatinas e uns pimbinzinhos!)... ossos do ofício! O importante é que fizemos "Zona de Guerra" com o mesmo grau de excelência que é feito em São Paulo, em todas as cidades por onde passamos, honrando o patrocínio da Petrobras e o nome da Cia. Triptal!

E aí colega, já passou "perrengues" para locar equipamentos em cidades cujos nomes lhe eram desconhecidos até o projeto em questão? Compartilhe!

Ah, e aproveito para a DICA do Post: Para projetos que pedem rigorosas prestações de contas NUNCA se esqueça de fazer CONTRATO com TODOS os prestadores de serviços que você contratar! E sobre as notas fiscais de prestadores de serviços (quando são emitidas fora do município da sua pessoa jurídica principalmente), não deixe de passar para o seu contador antes de fazer o pagamento, pois às vezes têm retenções de impostos que devem ser feitas na fonte, portanto, depois que vc pagou, babau!

sábado, 5 de novembro de 2011

fornecedores e prestadores de serviços pela internet: um risco que pode valer a pena!

Eu não recomendaria a alguém que procurasse um fornecedor ou prestador de serviços pela internet, assim, sem qualquer indicação, só colocando no bom e velho google "locação de vans", "serviços de transportes de pessoas", "traslados", e assim por diante, até bater o olho num site legal e, por intuição, ainda que se deparando com uma grafia irritantemente errada de uma palavra chave, ligar, ver o preço pelo telefone mesmo, e já fechar o contrato.
Mas às vezes, um dia antes da necessidade do serviço, estando confinado no interior de São Paulo para arrumar um dente, sem celular (o que inclui a agenda do celular), um produtor tem que correr esse risco!
Eu corri o risco e me dei bem! Conheci a "Jardins Tour Transportes" com quem certamente percorrerei outros caminhos por aí. 
Ontem eles mandaram uma Van ótima, com motorista gente boa, na hora marcada, pra buscar a nossa equipe no aeroporto de Guarulhos e levar até Congonhas, para a retirada do cenário. E acabou rolando um desvio, pra deixar uma parte das pessoas no metrô Barra Funda, que não causou problemas a ninguém! Tudo de bom!

Quer indicar uma empresa de Vans, traslados e fretes? Manda! Aqui não tem propaganda, não, é indicação mesmo, de quem ficou satisfeito com o serviço, e só!

Inclusive estou precisando de uma indicação de frete que seja boa e barata (e forneça nota fiscal), porque o Reinaldo, que faz frete pra mim há um tempão (e é muito competente, confiável e pontual, além de ter nota fiscal super ok), anda muito careiro!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O porquê deste blogue ou FRETE AÉREO: como evitar transtornos!

Olá amigos produtores!

Este é o terceiro blogue que eu crio e o primeiro com uma "utilidade pública", digamos assim. Em comum com os outros ele tem o fato de a primeira publicação ser uma explicação da motivação inicial do blogue.
Não sei se essa é uma prática comum aos blogueiros, nem se é algo importante ou necessário. Mas, para este blogue, em especial, discorrer sobre os motivos de seu nascimento é também cumprir a sua função, então, continuo...

Em meio à produção do projeto "Zona de Guerra - BR de circulação", cujo proponente é a Cia. Triptal através da Cooperativa Paulista de Teatro, um, dentre muitos sufocos, me fez pensar: "será que eu sou a primeira pessoa a fazer isso? claro que não! então porque não me contaram que era assim!"

Este projeto foi contemplado pelo "Programa Petrobras Distribuidora de Cultura 2011/2012" e é uma realização do Governo Federal através da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). O projeto realizou 02 apresentações do espetáculo "Zona de Guerra" (texto de Eugene O'Neill e direção de André Garolli) em 07 cidades de 03 Estados diferentes da Região Norte do Brasil - a saber: Boa Vista e Caracaraí (RR); Itacoatiara e Manaus (AM); Porto Trombetas - Oriximiná, Santarém e Belém (PA).

Apesar do nosso cronograma original prever o encerramento da circulação para o final de 2011, tínhamos todo o ano de 2012 para realizar o projeto, se achássemos conveniente. Não achamos! Não nos pareceu viável manter uma equipe de pelo menos 11 pessoas envolvida em um projeto que comprometeria a agenda de todos por mais de 01 ano. E assim iniciou-se um período insano de pré-produção para que pudéssemos fechar todas as pautas de maneira concatenada, de modo a garantir que todas as apresentações acontecessem no mês de outubro em uma "tacada" só, sem retorno a São Paulo.

Entre março e setembro trabalhei por horas diante do computador e no telefone, em inúmeras ligações interurbanas para as cidades previstas pelo projeto, marcando datas e locais para as apresentações e tentando fechar atividades paralelas que otimizassem a nossa passagem pela Região Norte. Já em agosto contei com a assitência irretocável de Aline Grisa, oferecendo reforços na etapa de contato com prestadores de serviços e fornecedores, e sendo peça fundamental para o sucesso do projeto, (e aqui cabe uma dica: não trabalhe sozinho! Produção precisa de equipe, em especial quando se trata de um projeto grande! E saliento: em se tratando de projeto que prevê viagens a locais desconhecidos, a equipe deve contar com um produtor local e com um produtor executivo viajando junto com a equipe!)

A equipe viajou no dia 28 de Setembro de 2011 e retornará a São Paulo amanhã, dia 04 de Novembro de 2011, tendo cumprido todas as contrapartidas previstas pelo projeto com êxito absoluto! (para obter mais informações sobre o projeto, consulte o blogue da Triptal: http://www.triptal.wordpress.com/).

Já a produção eu não considero totalmente vitoriosa... muitos foram os problemas existentes. Claro que em um projeto como este temos sempre que contar com obstáculos e estarmos prontos para superá-los. Por isso, não aconselho aos produtores iniciantes que se disponham a realizar projetos de grande porte sem muito, muito, muito tempo extra para lidar com imprevistos. Mas o que quero deixar registrado, para dar início a este veículo de "utilidade pública", é que muitos dos problemas ocorridos poderiam ter sido evitados se eu tivesse acesso a um blogue como este (nos moldes que eu o imagino para um futuro breve), em que o produtor iniciante pudesse ter acesso a contatos nas cidades por onde passará, forncedores de confiança, relatos de outros produtores, dicas importantes, etc, etc, etc.

E essa minha, podemos dizer, indignação, fica ainda maior quando lembro que o proponente do projeto em questão é a Cooperativa Paulista de Teatro, que certamente já realizou inúmeros projetos análogos a este e que poderia oferecer a seus sócios o caminho das pedras. Redescobrir a roda para fazer a carroça torna a viagem árdua demais, além, é claro, de manter todos os viajantes sempre na condição de amadores. Se nos fortalecemos com o erro do colega, podemos cometer erros mais complexos na nossa jornada, e assim sucessivamente, de modo a nos erguermos, todos juntos, a um patamar de profissionais!

A gota d'água dos imprevistos, que me fez desejar este blogue, foi descobrir, já no meio da viagem, que, ao contrário do que me haviam informado em todos os contatos com a Gollog (que fez o frete do nosso cenário), podíamos faturar o pagamento do frete e não apenas pagar em dinheiro, cartão de débito ou de crédito, como dito em todos os contatos com a empresa. Claro que é fundamental dizer que só descobrimos a possibilidade de abrirmos uma conta com a Gollog, através de um contrato entre as duas empresas (Cooperativa e Gollog), depois de sermos assaltados após tirar R$ 5.000,00 na boca do caixa para pagamento em dinheiro (já que o limite diário do cartão de débito é de R$ 2.000,00 e não podíamos usar mais de um cartão de débito para o pagamento de um único frete; e não havia ninguém da equipe que tinha um cartão de crédito com limite suficiente para cobrir o valor da carga).

É importante dizer que, quando tivemos acesso a essa informação, tentamos agilizar todos os trâmites para a abertura da conta, de modo a garantir o faturamento dos fretes das viagens restantes, porém, a burocracia não permitiu que fizéssemos um único pagamento através da Cooperativa. Todos os pagamentos foram feitos em dinheiro ou, quando o valor permitia, cartão de débito pessoal do remetente da carga. Os conhecimentos aéreos estão em nome da Cooperativa (com exceção do que foi emitido em Santarém, pois, segundo a regra do terminal de cargas local, não seria possível fazer o conhecimento em nome de um remetente que estivesse fora do Estado em questão já que a carga seria despachada para um município do mesmo Estado... qual é a lógica??? Não tenho ideia!), mas o pagamento não foi feito pela empresa. Será que o MinC vai compreender as nossas razões!? Assim esperamos!

Ainda que já tenhamos realizado o último despacho de carga, de Belém para São Paulo, damos continuidade aos trâmites de abertura da conta da Cooperativa com a Gollog. Sendo assim, amigo produtor, se você está fazendo um projeto que prevê frete aéreo e cujo proponente é a Cooperativa Paulista de Teatro, saiba que você poderá faturar o pagamento do seu frete se for optar pela Gollog. Não deixe de orçar, porém, o valor oferecido pela TAM e, se optar por esta segunda empresa, insista em cadastrar a Cooperativa de modo a viabilizar faturamento para você e todos os demais projetos da mesma!

OUTRAS DICAS PARA FRETE AÉREO:

- Se o cenário puder viajar junto com a equipe você poderá fazer uma "reserva de banda", que torna o despacho de cargas bastante simplificado, pois o espaço na aeronave para o seu cenário já fica reservado naquele vôo (como se a equipe fosse uma banda e o cenário equipamentos e instrumentos musicais! - bandas viajam mais que peças de teatro!). DICA: certifique-se sobre as medidas máximas para cada volume antes de fazer as embalagens do seu cenário para não correr o risco de algum volume não passar na porta da aeronave!

- Apesar de a orientação da Gollog ser para comparecer ao terminal de cargas com 03 horas de antecedência do horário do vôo para o despacho da carga, compareça o quanto antes (até dias antes), de modo a ter tempo hábil para resolver imprevistos;

- Apesar de a orientação da funcionária da Gollog, que fez a reserva de espaço nas aeronaves em todos os terminais de cargas por onde passamos, ter sido de que quando há reserva os terminais funcionam 24hs (mesmo que a informação nos sites oficiais seja de que há horário restrito de funcionamento), e se quando chegássemos estivessem fechados era "só bater" que seríamos atendidos, isso não aconteceu, sendo que, em Manaus, um dos membros da nossa equipe perdeu o vôo (que saía às 5h), pois teve que esperar a abertura do terminal de cargas, às 8h da manhã, para despachar o cenário. Portanto, tente fazer o despacho da carga sempre em horário comercial, e se for impossível, certifique-se direto no terminal de cargas que naquele horário serão efetuados todos os trâmites necessários para o despacho da carga!

- Aliás, a Gollog tem uma franquia diferente em cada cidade, então não adianta reclamar sobre um problema ocorrido em Congonhas quando você chegar em Belém, um vai jogar pro outro e o seu problema não será resolvido. Dica: se antecipe aos problemas e não os deixe acontecer!

- Por falar em Manaus, saiba que este aeroporto é "alfandegário" e que as regras nele são diferentes e beeem rígidas. Tudo passa pela Polícia Federal, então "não tem choro nem vela", se for passar por Manaus, faça tudo o mais certinho possível e despache a carga o quanto antes, para ter tempo para lidar com imprevistos!

- Por fim, tenha sempre em mãos, no momento do despacho, uma declaração em papel timbrado da empresa e assinada pelo responsável legal, contendo uma relação detalhada de todos os itens que serão despachados. Só precisamos disso em Manaus, mas precisamos MUITO disso em Manaus!!!!


Finalizo aqui!

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